A ofensiva das Forças Armadas entre 6 e 13 de dezembro desarticulou rotas aéreas e fluviais, inutilizou dragas e pistas clandestinas, e apreendeu minério, combustível e equipamentos
A Operação Legionário, conduzida pelo Comando Operacional Conjunto Catrimani II, realizou uma ofensiva contra o garimpo ilegal Yanomami com ações aéreas, fluviais e terrestres.
Em uma janela de surpresa, as Forças Armadas interditaram pistas clandestinas, inutilizaram equipamento de extração e apreenderam volumes significativos de combustível e minério.
Os dados e resultados da operação foram divulgados oficialmente, e mostram apreensões, destruições e prisões decorrentes das ações, conforme informação divulgada pelo Defesa em Foco
Operação integrada e capacidade de atuação
A ofensiva, deflagrada entre os dias 6 e 13 de dezembro, privilegiou o princípio da surpresa e a interoperabilidade entre Exército, Marinha e Força Aérea, com infiltrações aéreas, fluviais e terrestres.
Foram empregados helicópteros HM-2 Black Hawk e HM-1 Pantera do Exército, H-15 Super Cougar da Marinha e H-60 Black Hawk e C-98 Caravan da FAB, em missões com óculos de visão noturna, ampliando a vantagem tática sobre os alvos.
Tropas especializadas realizaram infiltrações por rapel aeromóvel e patrulhas na densa selva, superando obstáculos preparados para impedir pousos e acessos.
Destruição da infraestrutura do garimpo
Uma equipe de Engenharia do Exército interditou, com uso de explosivos, três pistas clandestinas de pouso e decolagem, identificadas como Pupunha, Aracaçá e Noronha, que serviam à logística criminosa.
O Destacamento de Ação Imediata inutilizou duas dragas metálicas, equipamentos centrais à extração ilegal, enquanto tropas estabeleceram pontos fortes, bloqueios e destruiram acampamentos na calha do rio Uraricoera.
Resultados operacionais, apreensões e prisões
Entre os itens apreendidos, foram registados 2.600 litros de óleo diesel, um quadriciclo, cinco equipamentos de internet via satélite, 500 kg de cassiterita, armas longas e curtas, munições, entorpecentes e suprimentos diversos.
15 pessoas, sendo 14 homens e uma mulher, foram detidas e encaminhadas à Base Aérea de Boa Vista, e posteriormente entregues à Polícia Federal para os procedimentos legais.
Desde o início da Operação Catrimani II, em abril de 2024, as ações interagências na TI Yanomami causaram um impacto econômico superior a R$ 623,8 milhões às estruturas criminosas, segundo os registros oficiais.
O balanço até 12 de dezembro de 2025 aponta 8.466 ações, 46.778 abordagens, 300 prisões, além da inutilização de 1.885 motores, 730 acampamentos, 72 pistas clandestinas e 44 aeronaves, conforme o levantamento divulgado.
Também foram apreendidos ou inutilizados 249,6 kg de ouro, 233,4 kg de mercúrio, 226,9 mil litros de óleo diesel e 187 toneladas de cassiterita, valores que referem-se ao material apreendido ou destruído, sem contabilizar o impacto da interrupção das atividades ilegais.
Impacto ambiental e próximos passos
A inutilização de dragas e a destruição de pistas visam romper a espinha dorsal logística do garimpo ilegal Yanomami, reduzindo o fluxo de insumos e pessoas para as áreas afetadas.
As autoridades afirmam que a continuidade das ações interagências é necessária para preservar o território, proteger comunidades indígenas e mitigar os danos ambientais provocados pela mineração ilegal.

