A autorização anunciada no Dia do Marinheiro permite navegação turística e esportiva controlada, com fiscalização da Marinha e coordenação da Prefeitura de Belo Horizonte
Após décadas de restrições por degradação ambiental, a Lagoa da Pampulha voltou a ser oficialmente liberada para a navegação, em um marco para a capital mineira.
A liberação foi anunciada pela Marinha do Brasil no Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, e foi formalizada após vistoria técnica da Capitania Fluvial de Minas Gerais.
O Capitão de Mar e Guerra Alessandro de Paula Lima vistoriou o local e fez um passeio de barco acompanhado do prefeito Álvaro Damião, acompanhando a retomada das atividades náuticas.
conforme informação divulgada pela Marinha do Brasil e pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Recuperação ambiental e investimentos
A retomada da navegação na Lagoa da Pampulha é fruto de um extenso processo de despoluição conduzido por várias gestões municipais, com obras e intervenções para conter fontes de poluição.
Segundo dados da Prefeitura de Belo Horizonte, os investimentos somaram cerca de R$ 1,5 bilhão, aplicados principalmente na contenção dos rejeitos lançados pelos córregos Sarandi e Ressaca, historicamente responsáveis pela poluição do espelho d’água. Com o controle dessas fontes e a melhoria da qualidade da água, a lagoa voltou a apresentar condições para navegação turística controlada e para a prática de esportes náuticos.
Atuação da Marinha e regras para a navegação
A autorização para o retorno das atividades foi concedida pela Marinha do Brasil, autoridade responsável pela segurança da navegação em águas interiores, após vistoria da Capitania Fluvial de Minas Gerais.
Durante a vistoria, o Capitão de Mar e Guerra Alessandro de Paula Lima destacou a satisfação institucional em constatar a recuperação ambiental, e a Marinha esclareceu que as atividades náuticas, tanto turísticas quanto esportivas, deverão ocorrer mediante autorização da Prefeitura de Belo Horizonte, com fiscalização permanente e rigoroso respeito às normas ambientais e de segurança, garantindo o uso sustentável do espaço.
Turismo, patrimônio histórico e identidade de Belo Horizonte
A reabertura devolve à cidade um ativo turístico e cultural importante, inserido em um conjunto arquitetônico concebido por Oscar Niemeyer, que inclui a Igreja de São Francisco de Assis.
Criada em 1936, a Pampulha teve inicialmente a função de controle de enchentes e abastecimento de água, sendo concluída em 1943, já durante a gestão de Juscelino Kubitschek como prefeito. A área é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, e a retomada da navegação deve fortalecer a economia local e a identidade cultural de Belo Horizonte.
Próximos passos e usos previstos
O retorno será gradual e controlado, com autorizações municipais para passeios turísticos e atividades esportivas, fiscalização contínua e exigência de normas ambientais. A expectativa é que a lagoa recupere a fauna aquática e reafirme sua vocação como espaço de lazer, contemplação e turismo sustentável.

