Reconhecimento internacional após quase 10 meses e 273 horas em FADENA/UNDEF, formação que exige Curso Superior, noção de espanhol e aulas ao vivo às terças, quartas e quintas
O militar quebrou paradigmas ao representar o Brasil em um curso de alto nível no exterior, reforçando a presença de praças brasileiras em espaços acadêmicos estratégicos.
A conquista aponta para possibilidades de equiparação do título como Altos Estudos na Marinha do Brasil, com impacto na carreira e nas relações bilaterais.
Os detalhes sobre a formação, requisitos e o percurso do Suboficial constam em matéria divulgada por Defesa em Foco, conforme informação divulgada pelo Defesa em Foco.
Conquista inédita e formação na Argentina
O Suboficial Evaneilmo de Morgado Santos, natural de Alagoinhas, Bahia, concluiu com êxito o Curso Superior em Defensa Nacional oferecido pela Facultad de Defensa Nacional da Universidad de la Defensa Nacional da Argentina, FADENA/UNDEF. A formação é considerada um Curso de Especialização Avançada, com carga horária de cerca de 273 horas, e duração de quase 10 (dez) meses intensos, segundo as informações divulgadas.
O CSDN exige, entre outros pontos, possuir Curso Superior, noção básica de espanhol e disponibilidade para aulas ao vivo, “às Terças, Quartas e Quintas-Feiras das 18 às 21hs”, com aulas extras esporádicas, sempre conforme o regulamento do curso.
Seleção, conteúdo acadêmico e reconhecimento estratégico
O currículo do curso abrange disciplinas como Defesa Nacional, Geopolítica, Estratégia Militar, Relações Internacionais, Inteligência Estratégica, Economia e Defesa, Cibersegurança e Logística, ministradas por mestres e doutores da FADENA/UNDEF.
O objetivo explícito é preparar militares para funções de Estado-Maior e assessoria estratégica, alinhando-se com a Política Nacional de Defesa e com o Objetivo Nacional de Defesa, OND-6, “Ampliar o envolvimento da sociedade brasileira nos assuntos de Defesa Nacional”.
Impacto para a Marinha e perspectiva de equiparação
Ao concluir o curso, o Suboficial Morgado tornou-se, segundo a apuração, a primeira praça das Forças Armadas do Brasil a completar esse tipo de Altos Estudos no exterior. O feito abre discussão sobre a possibilidade da Administração Naval convalidar, de ofício, a equiparação do CSDN como Curso de Altos Estudos para praças, em observância às normas internas, incluindo o inciso 8.5.12 da DGPM-101 (9ª Revisão), que prevê que “Os casos omissos serão submetidos para avaliação do DGPM”.
Nos Exércitos do Brasil e da Força Aérea, o curso argentino já é reconhecido como Altos Estudos, por meio de portarias específicas, e a validação na Marinha poderia representar nova janela de oportunidades para Suboficiais alcançarem requisitos de carreira e certificações superiores.
Legado, méritos e repercussão diplomática
A experiência de Morgado reforça a imagem das Forças Armadas brasileiras no exterior e potencializa o intercâmbio acadêmico entre Brasil e Argentina. A matéria aponta que essa atuação pode resultar em concessão de comendas nacionais e internacionais, e ainda fortalecer o Programa Estratégico da Marinha, PEM-2040, no eixo de capacitação de pessoal.
Além do Curso Superior em Defensa Nacional, o Suboficial Morgado possui formação jurídica e diversas especializações, entre elas Bacharelado em Direito, cursos em Inteligência Avançada, educação física militar e certificações internacionais em operações de paz, o que reforça seu perfil para multiplicar conhecimentos na Marinha e em futuras funções civis após sua transferência para a reserva.
Homenagem, compromisso pessoal e mensagem às praças
Em postagem no Instagram, o Suboficial Morgado dedicou a conquista a seu pai e a líderes que marcaram sua carreira, afirmando gratidão e continuidade no aperfeiçoamento profissional. Na mensagem ele escreveu, entre trechos citados, “Meu Pai, quero te agradecer de coração por todo o apoio, incentivo e exemplo que você sempre me deu”, e dedicou a vitória à memória de superiores que o inspiraram.
Ao final, Morgado deixou uma chamada às praças das Forças Armadas, ressaltando que “o estudo liberta”, incentivando a busca pelo conhecimento como caminho para ampliar a participação nos assuntos de Defesa Nacional.
O feito do militar, além de pessoal, tem caráter institucional e diplomático, e deve ser observado pela administração naval como exemplo que pode ampliar oportunidades de qualificação e fortalecer a cultura de defesa no país.

